Arte de Rafael Werkema
De Bruna Pires
Especial para o blog Liberdade para as rosas
Querida irmã,
Não te conheço, não sei onde você mora, não sei a sua cor, nem o formato do seu cabelo. Não sei com quem você vive, ou se vive com alguém. Ou alguéns.
O que importa aqui é que eu quero que você saiba de uma coisa: você é ideal. Perfeita. Linda.
Parece estranho ouvir isso? Pois é… A mídia, o capitalismo, a nossa cultura, querem que você acredite que você não é isso tudo. Querem que você queira se parecer com aquela modelo da capa da revista, ou com aquela atriz da moda. Mas desconsideram o contexto no qual você vive, desconsideram as suas vivências existenciais, desconsideram a sua subjetividade. Desconsideram a sua personalidade. Resumindo, desconsideram você.
Porque quanto mais insatisfeita você estiver, mais você consome: você consome mais bens de serviço (cirurgias plásticas, salões “de beleza”, academias), você consome mais produtos (maquiagens, roupas, sapatos). E quanto mais insatisfeita, mais você espalha insatisfação – apontando os “defeitos” das outras mulheres -, gerando, assim um ciclo de insatisfação.
E não para por aí.
Além de cuidar da forma como você vivencia seu corpo, há também todo um manual de formas de se portar, de se comportar: de que forma você se veste? Como você fala? Você não deve usar batom vermelho. Se você é de tal cor de pele, não use tal maquiagem. E por aí segue uma lista de recomendações…
… Que você pode simplesmente não seguir. E sabe por quê?
Porque só você sabe das suas vivências. Só você sabe do seu campo de possibilidades. Você não pode querer ser como aquela modelo da televisão porque a sua vida é única e irrepetível.
Só você pode escolher pela sua vida, e só você pode passar pelas consequências das suas escolhas.
Portanto, não faça da sua vida uma cópia de outras vidas. Escolha vivências únicas.
Seja a pessoa única e irrepetível que você nasceu para ser.
Bruna Pires é psicóloga, mestranda em psicologia pela UFMA e logoterapeuta pelo Instituto Geist